sexta-feira, 11 de março de 2011

21/01/2011 PARINACOTA-SURIRE-ARICA

Acordamos e o dia prometia, não estava nublado como dia anterior. Subimos novamente em direção ao Lago Chungará para tirar fotos dos Vulcões Parinacota e Pomerape com o lago, mas tinha muita neblina impedindo as fotos. Seguimos novamente via GPS para interior do Parque Nacional Lauca e Parque Nacional Las Vicuñas. Neste dia rodamos por centenas de quilômetros em estradas de terra sempre acima de 4000 metros de altitude. Ao longo de todo esse percurso visualizamos os picos dos Andes a leste com diversos vulcões e riachos. O grande problema nesse trecho é a orientação, rodamos dezenas de quilômetros sem encontrar placas e pessoas para pedir informações, sem o GPS ficaria difícil. Outro problema são as tempestades ocasionais que podem aumentar rapidamente o volume de água dos riachos, em vários pontos nós tivemos que passar com a pick-up no leito de riachos, com um maior volume de água ficaria difícil se estivéssemos com carro pequeno. Atravessamos o antiplano do Pq. Nacional Las Vicuñas com o ativo Vulcão Guallatire no horizonte rumo ao povoado de mesmo nome. Guallatire tem bonita igreja com campanário destacado e um posto de controle do Pq.Nacional que não nos cobrou o ingresso, acho que poucas pessoas conseguem chegar até aqui! Como estávamos bem de combustível seguimos rumo à parte sul do Pq. Nacional para o Salar de Surire, no caminho poeirento que margeia o vale do Rio Lauca encontramos dezenas de carretas da mineradora que trabalha no Salar. Chegamos ao Salar de Surire depois de muita poeira, um salar pequeno em comparação com os mais famosos, mas igualmente bonito, do lado oriental do salar diversas montanhas criam um ambiente único a mais de 4200m de altitude. O lado negativo é a empresa de mineração que loteou boa parte desse paraíso para extrair tipos raros de minérios do salar. Contornamos o lado norte do salar rumo ao Povoado de Chilcaya e Termas de Polloquere, nesse trecho isolado nós encontramos a maior concentração de vida selvagem do antiplano valendo todo o esforço da travessia: patos, lhamas, bandos de vicuñas, flamingos das três espécies inclusive um imenso ninhal dentro do salar com ovos. No retorno fizemos um desvio para a Laguna Paquisa onde fizemos o piquenique de almoço, ao redor da laguna encontramos novamente uma concentração absurda de animais, aqui foi o único local onde as vicuñas se concentravam as centenas! Tomamos o caminho de volta para alcançar a Ruta Internacional 11 e descer rumo ao oásis do Vale de Lluta já perto do litoral, com o objetivo de conhecer San Miguel de Azapa tomamos em Poconchille um estonteante desvio asfaltado rumo a Azapa. Em Azapa visitamos o Museo Arqueológico com informações em português para acompanhar o acervo acerca das culturas que ocuparam esta região do deserto desde os Chinchorros até atuais Aymaras. No anexo do Museo, a visita é imperdível, pode-se admirar várias múmias chinchorros dos mais diferentes períodos da cultura desde adultos até embriões mumificados. Também visitamos em Azapa os geóglifos do Cerro Sombrero e Cerro Sagrado, difíceis de achar, mas mais ainda de entender o porquê de não estarem protegidos pelo patrimônio histórico. Os geóglifos não são bem sinalizados e ficam escondidos dentro de propriedades particulares que plantam tomates e azeitonas com algumas construções encobrindo a visão. Paramos em um local de degustação de azeitonas onde compramos algumas azeitonas pretas recheadas a preços similares aos cobrados no Brasil.

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