Bolívia-Chile-Peru
Descrição de uma viagem de 20 dias por três países da Cordilheira dos Andes, alternando visuais do antiplano andino, deserto do atacama e floresta tropical úmida. Detalhes sobre: HOSPEDAGEM, ATRAÇÕES, TRANSPORTES COM PREÇOS ESTIMADOS.
sexta-feira, 11 de março de 2011
30/01/2011 MACHU PICCHU-CUZCO
Chegamos à fila do ônibus às 03h30min já com uma meia dúzia de pessoas aguardando. O porquê disto? Queríamos chegar a tempo de pegar o carimbo para subir o Wayna Picchu (montanha jovem em quéchua), um luxo exclusivo para os primeiros 200 visitantes que podem subir às 07h00min ou 10h00min da manhã. Felizmente, não tivemos problema com carimbo, mesmo contabilizando a turma que subiu a pé no frio da madrugada e chegou antes ou junto do ônibus. Como o clima estava péssimo acabamos escolhendo o horário de 10h00min para subir Wayna Picchu, na esperança por um sol soberano no céu. Com neblina e chuva fina incessantes, aproveitamos para conhecer com bastante calma toda a região do Grupo de Las Tres Portadas entrando em todos os recintos e vendo cada detalhe da arquitetura inca, aqui encontramos belas moradias de artesãos com rico setor agrícola. A vantagem de madrugar em Machu Picchu é que se pode percorrer o circuito no sentido que desejar sem ouvir os apitos incessantes dos guardas, isto obviamente, até a chegada dos turistas que desembarcam de trem. Chegamos ao abrigo existente do lado da rocha cerimonial e a frente na portaria que dá acesso a Wayna Picchu, nós aguardamos até 09h30min para começar a trilha. Subimos quando a chuva deu uma trégua e sol o ar da graça. Logo no início a trilha encontra-se uma bifurcação, rota da esquerda para o pico pequeno e rota da direita para pico grande, rumando para Wayna Picchu nós passamos por um pequeno descenso entre os dois picos e nos deparamos com visuais impressionantes do vale e com a curva de 180º do Rio Urubamba, a trilha subiu ziguezagueando o morro até alcançar os primeiros terraços agrícolas de Wayna Picchu, algo inimaginável considerando o relevo íngreme do lugar. Contornamos os terraços e construções de aldeões até as rochas no topo da montanha onde tivemos uma vista em 360º de todo o vale e aos nossos pés a cidadela de Machu Picchu, um tanto coberta com névoa. Depois de um descanso nada breve admirando o visual, começamos a descer de volta a Machu Picchu. Uma opção de descida que não tomamos devido ao pouco tempo foi o desvio em direção ao Templo da Lua, a visita ao templo nós tomaria mais 2 horas para contornar toda a base da montanha e voltar para a trilha original em um nível mais abaixo. Quando resolvemos subir Wayna Picchu achávamos que o local era exclusivamente panorâmico, mas ao nos depararmos com uma improvável vila de visual estonteante acima de M.Picchu, todo o esforço valeu à pena! De volta ao Centro de Visitantes, fizemos um rápido lanche com sanduíches providencialmente guardados na mochila, por certo, estávamos com pressa para conhecer outro local deslumbrante, o Intipunku (Porta do Sol). A trilha para Intipunku (60 minutos) é o caminho reverso da trilha inca e começa próximo ao Recinto Del Guardián. Seguimos por um trecho todo calçado da trilha inca passando pelo acesso a montanha de Machu Picchu (montanha velha em quechua), ao longo do trecho encontramos algumas ruínas utilizadas como ponto de apoio e depósito de alimentos com visuais belíssimos de Machu Picchu em nível mais baixo. Quando chegamos a Intipunku encontramos lhamas como as únicas moradoras atuais do lugar e trecho fechado mais adiante devido à queda de barreiras, inclusive para caminhantes da trilha inca. Como tínhamos que embarcar no trem das 17h00min, voltamos rapidamente pela trilha para a cidadela com direito a uma pausa no Recinto Del Guardián para apreciar pela última vez Machu Picchu cercado de lhamas que descem ao entardecer emoldurando o visual da cidade. Hora de voltar: ônibus Machu Picchu-Águas Calientes, trem da Peru Rail Águas Calientes-Ollantaytambo, ônibus da Peru Rail Ollantaytambo-Cuzco. A viagem de trem foi dinâmica graças ao teto envidraçado do trem, por outro lado, o ônibus até Cuzco foi cansativo, quando desembarcamos em Cuzco só deu tempo para jantar uma parrilada em um dos restaurantes localizados nos terraços da Plaza Mayor de Cuzco. Rumamos novamente para o mesmo hostel que ficamos na primeira estadia em Cuzco, o Hostel Apu Wasi (23 soles por pessoa) situado na pirambeira da Rua Pumakurko, só que desta vez fomos taxi até a Iglesia San Cristobal localizada no alto da Pumakurko sem penar na ladeira. Noite para arrumar a bagagem para nossa partida do dia seguinte rumo a Rio Branco no Acre pelo vôo direto recém inaugurado da Star Peru (U$$ 99,00). Fim da viagem!
29/01/2011 CUZCO-MACHU PICCHU
Chegamos com antecedência a estação da PeruRail em Cuzco e embarcamos em microônibus para Ollantaytambo onde esperamos pelo trem na estação situada na confluência dos rios Patakancha e Urubamba. O trecho do vale cortado pela ferrovia é lindo e estreito com montanhas ladeando o Rio Urubamba, o estilo envidraçado das laterais e teto do Trem Expedition (passagem por U$$ 48 por pessoa em janeiro 2011) deixou a viagem estonteante com belos panoramas das florestas, cachoeiras, riachos e ruínas ao longo do Vale Urubamba. Algumas paradas acontecem nas 2 horas de viagem, quase sempre em pontos alternativos para trekking da trilha inca. Desembarcamos na estação de Águas Calientes e a recepcionista da Pousada Pirwa já estava nos esperando para fazer o check-in (43 soles por pessoa). Deixamos as bagagens e seguimos para Macchu Picchu comprando as passagens de ônibus (38 soles ida e volta). Depois do um zig-zag da subida chegamos ao centro de visitantes. Optamos pelo passeio guiado de 2:30 nesse primeiro dia (20 soles pessoa) para reconhecer os locais, histórias dos diferentes sítios arqueológicos. Tivemos a primeira visão impactante da cidadela ao fim da trilha que leva ao Recinto Del Guardián, parada estratégica no clássico ponto panorâmico para registrar toda a cidadela na foto. Depois de uma breve história contada pela guia sobre Machu Picchu, a geografia do local e caráter sorrateiro de Hiram Bingham; seguimos para a ala agrícola oeste onde tivemos um visual espetacular do vale. Atravessamos o portão principal trapezoidal e visitamos dentro da área urbana a casa do imperador inca e casa de sua companheira, construções destacadas das demais pelo estilo imperial das pedras e portadas duplas nos arcos. Visitamos diferentes recintos dos aldeões, o Torreón e as fontes de água subterrâneas que abasteciam a cidadela. Já na área nobre de Machu Picchu visitamos os famosos templos religiosos, tais como, o Templo de Las Tres Ventanas e casa do sacerdote. Na praça dos templos encontramos também uma pedra em forma de losango indicando os pontos cardeais e um relógio do sol. Em Intiwatana (Templo do Sol), nos deparamos com a rocha sagrada utilizada pelos incas para “amarrar” o sol no solstício de inverno, a rocha estava rodeada por dezenas de turistas se energizando. Descemos circundando a praça principal que é fechada aos turistas e chegamos à famosa rocha cerimonial em forma de Cuyo (porquinho-da-índia), local de oferendas e sacrifícios. Contornando pelo lado leste passamos pelo Grupo de Las Tres Portadas, uma área pouco explorada pela guia, mas que concentra os mais bonitos recintos dos aldeões e visuais deslumbrantes do vale. No Templo do Condor, a ave sagrada dos incas que poderia transitar entre o solo (mundo dos vivos) e os céus (mundo dos deuses), para visualizar a forma do dito cujo tivemos que ser criativos, seu bico está encravado no chão em uma pequena rocha e suas asas são as rochas que servem de base para as paredes do templo. Passamos pelas construções coletivas usadas pelos sacerdotes para aprendizado religioso, astronômico, têxtil e agrário até terminarmos nossa visita guiada nos depósitos de comida, as qolqas. Ficamos até o último suspiro em Machu Picchu, o bom é que os turistas que não pernoitam em Águas Calientes têm que ir embora para embarcar no trem deixando a cidadela vazia ao fim do dia! Com privacidade e tranqüilidade podemos apreciá-la por um bom tempo, antes de pegar o ônibus de volta para Águas Calientes já com uma chuva fina no ar. Os preços dos restaurantes não são abusivos em Águas Calientes, comemos bem sem gastar muito, visitamos a estátua de Pachacútec na praça principal e andamos pela cidade que cresceu sem planejamento. As ruas são estreitas e construções sem quintal são apinhadas umas nas outras com dois ou mais andares, lembra uma favela carioca, por outro lado, tem saneamento e iluminação em perfeitas condições. Dormimos cedo porque iríamos sair as 03h00min do dia seguinte para pegar o primeiro ônibus para Machu Picchu.
28/01/2011 CUZCO-VALE SAGRADO
Para evitar problemas nós optamos por comprar os ingressos para Machu Picchu ainda em Cuzco no Ministério de Cultura (Av. La Cultura, 238) onde pagamos 126 soles por pessoa, como compramos para dois dias ficou puxado saindo por 252 soles por pessoa. Seguimos de Cuzco para o Vale Sagrado pela saída que passa no alto da Igresia de San Cristobal e contorna Saqsaywaman, parando em um mini zoológico onde encontramos condores, alpacas e lhamas. Chegando a Pisac, nossa primeira parada no Vale Sagrado, pegamos uma bonita estrada para as ruínas contornando riachos e bosques. Fomos os primeiros a chegar a Pisac, antes da chegada da horda de turistas. A área urbana e agrícola de Pisac é maior que Machu Picchu e está dividida em várias pequenas vilas com gigantescos terraços agrícolas entre elas. Visitamos as duas vilas próximas da portaria, com casas ordenadas em fileiras de eirados de pedra com um visual magnífico, destaque também para quantidade de tumbas profanadas na montanha que circunda o riacho de Pisac. Seguimos por uma sinuosa trilha me margeia toda a montanha de Pisac até Intiwatana (templo do Sol) onde os incas amarravam o sol nos solstícios, Intiwatana não deixa nada a dever as melhores construções de Machu Picchu. Voltamos para o Vale Sagrado dirigindo direto até Urubamba, no caminho de Pisac para Urubamba não encontramos muito que ver nas cidades do caminho. Após um lanche em Urubamba, nós constatamos que o tempo estava mais aberto e dirigimos direto para Ollantaytambo. Ao chegar à cidade, nos surpreendemos com a conservação dessa cidade inca, com certeza a mais bonita de todo o vale, da época inca restou um belo sistema de irrigação por canais, as ruas estreitas e as casas com pedras incas e no fim da cidade a maior atração: as ruínas da fortaleza militar-religiosa estrategicamente projetada na montanha no encontro dos Rios Urubamba e Patakancha. Visitamos as pequenas, mas igualmente espetaculares ruínas de Ollantaytambo com terraços agrícolas floridos, fontes e aquedutos subterrâneos. Vimos que a fortaleza ainda estava em construção à época da chegada dos espanhóis, destaque para o inacabado templo do sol cuja parede tem o adorno da cruz andina e é formada por um mosaico de imensas rochas retangulares espaçadas com pequeninas rochas. Saímos de Ollantaytambo e fomos direto para as Salineiras (entrada por 5 soles), mas ficamos um tanto decepcionados porque nessa época as chuvas deixam as piscinas lamacentas e sem o aspecto leitoso do cartão postal. Saímos de lá e fomos em direção a Moray por uma estrada vicinal que corta um belo platô com várias fazendas e plantações, sempre tendo ao fundo a silueta das montanhas nevadas que margeiam o lado norte do Vale Sagrado e o visual de um belo arco-íris sobre o vale. No caminho passamos pela cidade de Maras, uma cidade isolada a 3350 metros de altitude com bela igreja, ruas estreitas de pedras, casario colonial e população vestindo ponchos e polleras, um tipo de saia andina. Curiosamente, não vimos nenhum terraço andino quando chegamos à portaria de Moray (entrada com boleto turísitico), o local é um platô a 3500 metros e não pode ser visto da estrada, somente quando avançamos na trilha peatonal foi que deparamo-nos com uma imensa depressão no terreno com os terraços andinos geometricamente arranjados em forma de círculo. Percorremos a trilha que circunda Moray e descemos até o fundo, tudo bem verde com a grama que cresce entre os diferentes níveis, percebemos que o clima em Moray é bem mais ameno e propício para melhoramento vegetal que os incas praticavam em Moray. Estávamos no fim da tarde e para fechar nosso tour pelo Vale Sagrado dirigimos para o centro histórico da cidade de Chinchero (entrada com boleto turísitico). Dentro do centro histórico nós deparamos com uma imensa praça com música típica peruanan e repleta de artesãos vendendo produtos têxteis variados com os melhores preços da viagem. Antes de partir junto com o sol, visitamos também a imensa igreja de Chinchero com seu campanário em separado. De volta a Cuzco, devolvemos o carro a Hertz antes de voltar ao Hostel. À noite, quando fomos confirmar o horário das passagens compradas (U$$ 48 ida por pessoa) ainda no Brasil (www.perurail.com) tomamos um susto! Descobrimos por um e-mail da empresa que o trem para Machu Picchu da Peru Rail não sairia da estação de Poroy durante o verão, mas de Ollantaytambo, e, para chegar até lá teríamos que embarcar em um ônibus da Peru Rail.
27/01/2011 CUZCO
Acordamos cedo e rumamos rumo ao topo da Pumakurko para conhecer ruínas incas. Fomos os primeiros a chegar a Saqsaywaman ainda com o orvalho da manhã. Contratamos um guia que nos explicou sobre toda a fortaleza explicando a pilhagem realizada pelos espanhóis que retiraram as pedras da fortaleza para uso nas construções coloniais de Cuzco. A perfeição dos encaixes das pedras nos impressionou, e a panorâmica do lugar fez com que entendêssemos melhor o desenho da cidade em forma de puma, com Saqsaywaman representando a cabeça e seus muros em zig-zag representando os dentes do puma. Como pretendíamos conhecer as outras ruínas, o guia que morava em um rancho a uns 300 metros de Saqsaywaman, nos ofereceu a opção de fazer o passeio a cavalo a partir de Saqsaywaman, fechamos a negociação por 35 soles por pessoa e marcamos para o meio da tarde. Descemos a trilha para o centro de Cuzco para fazer o passeio pelo Centro Histórico. Com o mapa do boleto turísitico em mãos, procuramos pelos antigos palácios incas dos imperadores, mas infelizmente só o que pode ser visto atualmente são os alicerces e fundações com pedras incas que servem de base para construções coloniais, muitos locais funcionam atualmente como hotéis, bancos, restaurantes. Seguimos por bonitas e estreitas vielas com destaque para a Cuesta Del Almirante e Suntur Wasi situadas à esquerda e à direita da Catedral, respectivamente. Outras vielas que achamos muito bonitas foram as que circundam o Convento de Santa Carolina e Companhia de Jesus. Seguimos para uma das melhores atrações de Cuzco, o Convento e Igreja de Santo Domingo (entrada por 15 soles), aqui fizemos a visita guiada (20 Soles) nas dependências do complexo construído em cima do templo inca de Qorikancha, o templo de adoração ao Deus Sol ricamente adornado em ouro. As únicas construções incas que sobraram se concentram ao redor do pátio central do convento com peculiar precisão arquitetônica inca, perfeito alinhamento das pedras, janelas criando jogos de luzes nos solstícios e equinócios, nichos para oferendas, todos estes, detalhes que deixam em segundo plano a riqueza da construção colonial. Conhecemos também o local onde ficava a imagem do Deus Sol, neste local só sobrou o grande muro de pedra que serviu de fundação para a Igreja de Santo Domingo. Saímos do complexo e descemos até a Av Del Sol onde visitamos o Museu Qorikancha (entrada com boleto turísitico) com pequeno acervo inca encontrado nas escavações do local, destaque para os crânios deformados da alta hierarquia inca. Fizemos uma caminhada pela região da Plaza San Francisco onde se localiza o convento de mesmo nome e a Plaza Recocijo Kusipata com o prédio da Prefeitura e sua imensa bandeira dos povos andinos e também o Palácio de Garcilaso de La Veja onde funciona o Museu Histórico Regional, onde apreciamos o belo acervo de pinturas da escola cusquenha, nos divertimos procurando nos quadros as referências incas. Como o tempo estava apertado, seguimos direto para a Catedral de Cuzco (entrada 25 soles) onde fizemos a visita guiada. A catedral é na verdade um complexo de três igrejas: Iglesia Jesus, Catedral de Cuzco, Igreja Del Triunfo, construído sobre o templo inca do imperador Wiracocha. A Catedral é belíssima de amplitude imensa, altares de prata, púlpitos e balcões da congregação em madeira de lei e altares laterais finamente decorados e enormidade de quadros da escola cusquenha. De volta a Saqsaywaman, encontramos nosso guia mirim e começamos o passeio a cavalo por uma trilha enlameada através de bosques até o sopé de uma montanha com bela vista de Cuzco. Quando encontramos a rodovia próxima à Vila de Huayllarcocha nós deixamos os cavalos e seguimos em van de linha (0,50 soles) até Puka Pukara (entrada com boleto turísitico). Essa fortaleza no topo de uma montanha serviu de entreposto administrativo para os viajantes incas que seguiam de Cuzco para Vale Sagrado e vice-versa. Fizemos uma visita rápida e nos surpreendemos com uma improvável maquete de Machu Picchu feita de pedra. Deste ponto para Tambomachay (entrada com boleto turísitico) seguimos caminhando passando pelos artesãos cuzquenhos até alcançar os aquedutos incas no fim da trilha. De volta à rodovia, pegamos novamente van de linha até o local onde estavam os cavalos. Fomos cavalgando até um local geralmente fora do roteiro turísitico, mas aprazível para o fim de tarde dos cuzquenhos: as ruínas de Laqo (entrada livre). Em Laqo eram realizados sacrifícios e outros rituais religiosos em adoração a lua, o templo de Laqo ou o que restou dele está esculpido no topo de uma montanha com diversos altares de pedra, nichos para ídolos e oferendas, pachaunanchaq (relógio de sol) e subterrâneos onde encontramos altares de sacrifício e ídolos de pedra representando os três animais sagrados dos incas: serpente, puma e condor. Terminamos a cavalgada em um bairro acima das ruínas de Qenqo (entrada com boleto turísitico) onde conhecemos o anfiteatro e monolito cerimonial, passagens subterrâneas e incríveis assentos de pedra usados por sacerdotes e múmias. Voltamos de Qenqo para Cuzco pela van Cristo Blanco-Cuzco (0,50 soles), buscando em seguida o carro Suzuky Grand Vitara (247 Soles diária com taxas) reservado na Hertz (Av. El Sol esquina com Av. Garcilaso). Fizemos uma pausa para assistir ao show folclórico no Centro Qosqo de Arte Nativo (entrada com boleto turísitico). Deixamos o carro antes do hostel porque não dava pra subir e manobrar na ladeira Pumakurko.
26/01/2011 PUNO-CUZCO
Saímos de Puno para Cuzco às 08h00min no ônibus do Tour Peru (35 soles por pessoa), no início da viagem vimos que Puno é muito pobre com habitações ocupando as encostas do Titicaca. Nas margens da estrada encontramos muita pobreza principalmente na cidade de Juliaca. O trajeto até Cuzco foi marcado por uma paisagem de vale férteis cercada por montanhas nevadas com ferrovia acompanhando o traçado da rodovia. Aproximadamente a 4350 metros de altitude começa uma contínua descida com os pequenos riachos formados pelo degelo das montanhas se reunindo para formar o caudaloso Rio Vilcanota. A diferença de ambiente é absurda, deixamos para trás um ambiente árido e encontramos um ambiente úmido e verdejante alimentado pelas águas da cordilheira. Próximo a Cuzco o vale se estreita com montanhas ao redor, destaque para a cordilheira do Nevado Ausangate considerado sagrado pelos Incas. Chegamos a Cuzco às 02h00min e tomamos um taxi, aqui foi o único momento onde fomos achacados pelos peruanos, o taxista cobrou o preço de 25 soles, alto para os padrões cusquenhos e ficou dando voltas como se estivesse perdido para justificar o preço da corrida. Descobrimos que o Hostel Apu Wasi pré-reservado (23 soles por pessoa) ficava no topo da ladeira Pumakurko já próximo da entrada de Saqsaywaman, a cada vez que tínhamos que subir a ladeira era um tormento e acabávamos contratando o serviço de um taxi. Outro lado negativo do Hostel Apu Wasi foi a falta de água em uma noite, ainda, o hostel tinha uma cozinha ruim e um desayuno muito tímido sem espaço para todos os hóspedes se servirem à mesa, enfim, problemas que podem acontecer quando se reserva hospedagem pela internet. À tarde fizemos um passeio breve pelo Centro Histórico ao redor da Plaza Mayor e na volta fizemos uma visita ao Museo Inka (10 soles por pessoa), um ótimo local para observar as maquetes de Machu Picchu, Coquequirao e o rico acervo cronológico sobre os povos pré-incaicos e incaicos.
25/01/2011 PUNO-LAGO TITICACA
Chegamos a Puno às 01h30min da madrugada, tomamos o primeiro taxi para o pré-reservado Hostel WalkOn Inn (47,50 soles por pessoa) localizado acima da Plaza de Armas próximo ao Mirador Manco Capac, fazendo parte de uma rede de hostels peruanos (www.walkoninn.com). Dormimos mais algumas horas, pois tínhamos fechado por telefone a excursão ao Lago Titicaca para a manhã seguinte (40 soles por pessoa: com visita a Ilha dos Uros e Ilha Taquile). Pegamos o microônibus para o Porto com chuva fina, mas pela ajuda dos céus a chuva cessou assim que embarcamos no barco. Nossa primeira parada foi na Ilha dos Uros ainda na Baía de Puno, aqui podemos observar uma encenação um tanto teatral dos nativos sobre os costumes, a construção das ilhas, casas e barcos. Todos os moradores foram muito simpáticos, comunicando-se pela língua quéchua, mas ficamos com a seguinte dúvida: o modo de vida é seguido no cotidiano ou toda aquela performance é só pra turista ver? Enfim, compramos artesanato, comemos totora (um tipo de junco usado na construção e como alimento) e fizemos um passeio no barco Uro para a ilha principal da comunidade. Navegamos entre as penínsulas que delimitam a Baía de Puno indo rumo a Ilha Taquile, a aproximadamente duas horas de navegação de Puno. A população de Taquile tem hábitos têxteis peculiares com trajes diferentes para homens e mulheres de acordo com o estado civil, hábitos tombados como Patrimônio da Humanidade. As mulheres usam roupa negra e levam na cabeça um gorro negro, as solteiras usam roupas mais coloridas e gorros com pompons, nos homens chamou-nos a atenção a cinta larga e colorida que usam na cintura e o gorro com pompons indicando o estado civil. A chegada a Taquile se deu por portal onde se inicia uma longa escadaria até praça principal. Subimos até a propriedade de uma família onde almoçamos truta grelhada e omelete (20 soles por pessoa). Após o almoço, continuamos subindo pela escadaria até a praça central da comunidade que oferece bela vista para imensidão do Titicaca, voltamos por trilha mais longa que passa por fazendas e casas descendo lentamente até o lago. O melhor de Taquile é a cultura do povo que persiste naquele pedaço do Lago navegável mais alto do mundo, a esta altura já estávamos de saco cheio do comportamento doutrinador do guia com os nativos e da sua forma de pronunciar Titicaca como Titirrarra! De volta à cidade, fechamos no próprio hostel a compra de passagens para viagem a Cuzco no dia seguinte por 35 soles pela empresa Tour Peru-Inca Class. Fizemos mais alguns saques de 100 soles nos caixas eletrônicos ATM, essa limitação idiota de 100 soles por saque para os estrangeiros nos irritou durante toda a permanência no Peru, fomos taxados em 10 soles a cada saque realizado. Para ajudar a cobrir nossos gastos, também fizemos saque em soles no posto do Western Union na Praça de Armas após a minha família depositar uma boa quantidade de reais na agência Western Union do Rio de Janeiro. À noite, seguindo o menu degustativo de pratos típicos do Peru, optei pelo cuyo assado (porquinho-da-índia assado), à propósito, a iguaria nacional.
24/01/2011 VALE DO COLCA
Van buscou-nos na Pousada Del Parque às 03h00minh seguindo rumo ao Canyon do Colca debaixo de muita chuva. No caminho passamos por Patapampa, o ponto mais alto do passeio a 4897 metros de altitude, onde encontramos os campos nevados, obviamente tomamos remédio contra o puna. Descemos em direção a entrada do Canyon e um pouco antes de Chivay pagamos a taxa de 35 soles do boleto turístico Del Colca. A chuva deu uma pausa e seguimos para Povoado de Maca onde visitamos a igreja e tiramos fotos com uma águia domesticada, ao longo do caminho foram realizadas várias paradas da van para observarmos a profundidade do canyon e os ricos terraços agrícolas da região, não encontramos essa riqueza de terraços nem mesmo no Vale Sagrado dos Incas. Chegamos ao Mirante Del Condor com muita névoa e nenhum condor. Depois de um breve espera, descemos para outro mirante em busca dos condores onde esperamos por 01h30minh para observá-los somente a uma longa distância, um tanto frustrante. De volta a Chivay encontramos novamente a chuva que apertou de vez, aqui almoçamos em um self-service comida típica peruana. Saímos de Chivay sem conhecer as termas devido às chuvas, tomando o caminho de volta para Arequipa observando debaixo das nuvens o Nevado Mismi cujo degelo dá origem ao Rio Amazonas. No caminho de volta a chuva foi absurda na Reserva Nacional Salina e Aguada Blanca, não conseguimos parar no Mirante dos Vulcões para admirar os Vulcões Chachani, Misti e Pichu Pichu que rodeiam Arequipa. Chegamos à pousada um tanto frustrados com a excursão: muito corrida, sem condores, sem vista para os vulcões, sem as termas. Nossa conclusão foi que para conhecer o Colca pra valer é preciso mais que um dia, e se possível programar hospedagem nos povoados do Canyon do Colca. Tomamos o ônibus da Julsa para Puno às 20:00h no excelente coche cama por 25 soles por pessoa.
23/01/2011 AREQUIPA
Ficamos frustrados com a Catedral que permaneceu fechada durante toda a nossa estadia, só conseguimos admirar a construção sem visita interna. No outro extremo da praça visitamos a Igresia e Complejo de La Compañia uma bela construção ocupando todo um quarteirão ao sul da praça com arquitetura colonial rica e bem conservada, o pátio interno e o terraço com vista para cidade concentram diferentes lojas de jóias a restaurantes. Atravessamos novamente a praça e fomos visitar o Museu de Santuários Andinos (entrada por 15 soles), aqui vale à pena assistir o vídeo sobre o belo e macabro fim da princesa inca Juanita, a múmia inca encontrada congelada no Vulcão Ampato. Dentro do museu, optamos pela visita guiada que explica com clareza o acervo inca, os ídolos, as oferendas e os costumes religiosos, mostrando também as diversas relíquias encontradas com Juanita e outras múmias incas. Não podemos ver Juanita porque ela não fica exposta durante o verão e só podemos ver Sarita, outra múmia também encontrada congelada nos Andes. Na principal atração da cidade, o Monastério de Santa Carolina (entrada por 35 soles), nós optamos por contratar o serviço de guia por mais 20 soles. Encontramos uma verdadeira cidadela dentro de Arequipa com diversas calles floridas e claustros para noviças e madres com uma arquitetura rica e grande quantidade de obras de arte, fizemos uma visita guiada de 1 hora e depois seguimos sozinhos pelos labirintos do monastério. De volta a ruas, paramos para almoçar na passagem de pedestres que atravessa os fundos da Catedral, um belo local com restaurantes e cafés com mezaninos e terraços com vista para área histórica para mais um tempo. Tentamos visitar os Museus Arqueológicos San Augustin e Santa Maria, mas os encontramos fechados. Seguimos de taxi até Mercado Municipal San Camilo onde encontramos uma variedade absurda de frutas com destaque para o suculento melon pepino nosso item constante de degustação. Também compramos um queijo muito parecido ao queijo coalho brasileiro, e ficamos surpresos com variedades de batatas e milhos que existem no Peru, com destaque para o milho negro usado para fabricação de bebida inca chicha. Depois de constatarmos a exploração absurda nas agências de turismo que vendem passagens e excursões para outras partes do país, resolvemos tomar um taxi e comprar as passagens para Puno diretamente na Rodoviária. Escolhemos a empresa Julsa que tem a maior freqüência de horários de Arequipa para Puno, compramos passagens coche cama por 25 soles para as 20h00min do dia seguinte. Já de volta a Pousada Del Parque estávamos revoltados com a falta de contato do hostel em Puno, resolvemos seguir a indicação da recepção e reservar um novo hostel em Puno, The WalkOn Inn Hostel que também se encarregou de reservar o passeio para o Lago Titicaca. À noite, jantamos em um dos vários restaurantes localizados nos terraços da Plaza de Armas, com bela vista da praça escolhi o típico chupe de camarones e cerveja cuzceña com direito a um grupo de mariachis para animar a noite.
22/01/2011 ARICA-TACNA-AREQUIPA
Fechamos a conta no hospitaleiro Hostel Chiloé e devolvemos a Toyota na Hertz Rent a Car. Tomamos um taxi para o terminal internacional de Arica com objetivo de chegar a Tacna no Peru, ao invés de embarcar em ônibus de linha nós escolhemos o serviço de taxi particular (4000 pesos por pessoa). A idéia era evitar a demora alfandegária dos ônibus de linha nos postos de fronteira. Contando com o tempo nos trâmites de fronteira, levamos cerca de 02h00minh até a Rodoviária de Tacna no Peru. Trocamos o dinheiro por alguns soles no serviço amador de quiosques e compramos as passagens para Arequipa no escritório da Cruz Del Sur localizado no segundo andar da rodoviária (35 soles por pessoa). Um peruano bem simpático nos ciceroneou até o embarque, que curiosamente aconteceu em um terminal do outro lado da rua em ônibus da empresa Flores e não da Cruz Del Sur. Ao contrário de outros turistas, não nos incomodamos com a informalidade de Tacna, nós fomos muito bem tratados no guichê da rodoviária e os ônibus da empresa Flores são tão confortáveis quanto os ônibus da Cruz Del Sur. A viagem de Tacna até Arequipa é meio sem graça com muita aridez e pouco o que ver. Ficamos hospedados em Arequipa na Pousada Del Parque (75 soles diária pelo quarto triplo), um bom hostel com um terraço onde é servido o café continental com vista para as torres das igrejas de Arequipa e para os picos dos três vulcões que cercam a cidade, nosso quarto era extremamente espaçoso com um pé direito alto, decoração clássica, contando ainda com uma pequena sacada para a rua, e estávamos levemente afastados do burburinho das ruas movimentadas, mas ainda próximos do centro histórico. O lado negativo do dia foi a decepção com a Atix Rent a Car, descobrimos que nossas pré-reservas de veículos para Arequipa e Cuzco não existiam e a empresa não tinha mais nada para alugar, um péssimo atendimento e não recomendamos para ninguém! Em função da falta de profissionalismo da Atix Rent a Car tivemos que reprogramar algumas etapas da viagem e o serviço de agenciamento turísitico do hostel funcionou muito bem para resolver nossos problemas, fizemos com a assessoria da Pousada Del Parque: a compra do tour para o Canyon do Colca e as reservas do hostel em Puno e da excursão no Lago Titicaca. À noite, jantamos em uma taberna a direita da catedral onde provamos o melhor ceviche de toda a viagem.
21/01/2011 PARINACOTA-SURIRE-ARICA
Acordamos e o dia prometia, não estava nublado como dia anterior. Subimos novamente em direção ao Lago Chungará para tirar fotos dos Vulcões Parinacota e Pomerape com o lago, mas tinha muita neblina impedindo as fotos. Seguimos novamente via GPS para interior do Parque Nacional Lauca e Parque Nacional Las Vicuñas. Neste dia rodamos por centenas de quilômetros em estradas de terra sempre acima de 4000 metros de altitude. Ao longo de todo esse percurso visualizamos os picos dos Andes a leste com diversos vulcões e riachos. O grande problema nesse trecho é a orientação, rodamos dezenas de quilômetros sem encontrar placas e pessoas para pedir informações, sem o GPS ficaria difícil. Outro problema são as tempestades ocasionais que podem aumentar rapidamente o volume de água dos riachos, em vários pontos nós tivemos que passar com a pick-up no leito de riachos, com um maior volume de água ficaria difícil se estivéssemos com carro pequeno. Atravessamos o antiplano do Pq. Nacional Las Vicuñas com o ativo Vulcão Guallatire no horizonte rumo ao povoado de mesmo nome. Guallatire tem bonita igreja com campanário destacado e um posto de controle do Pq.Nacional que não nos cobrou o ingresso, acho que poucas pessoas conseguem chegar até aqui! Como estávamos bem de combustível seguimos rumo à parte sul do Pq. Nacional para o Salar de Surire, no caminho poeirento que margeia o vale do Rio Lauca encontramos dezenas de carretas da mineradora que trabalha no Salar. Chegamos ao Salar de Surire depois de muita poeira, um salar pequeno em comparação com os mais famosos, mas igualmente bonito, do lado oriental do salar diversas montanhas criam um ambiente único a mais de 4200m de altitude. O lado negativo é a empresa de mineração que loteou boa parte desse paraíso para extrair tipos raros de minérios do salar. Contornamos o lado norte do salar rumo ao Povoado de Chilcaya e Termas de Polloquere, nesse trecho isolado nós encontramos a maior concentração de vida selvagem do antiplano valendo todo o esforço da travessia: patos, lhamas, bandos de vicuñas, flamingos das três espécies inclusive um imenso ninhal dentro do salar com ovos. No retorno fizemos um desvio para a Laguna Paquisa onde fizemos o piquenique de almoço, ao redor da laguna encontramos novamente uma concentração absurda de animais, aqui foi o único local onde as vicuñas se concentravam as centenas! Tomamos o caminho de volta para alcançar a Ruta Internacional 11 e descer rumo ao oásis do Vale de Lluta já perto do litoral, com o objetivo de conhecer San Miguel de Azapa tomamos em Poconchille um estonteante desvio asfaltado rumo a Azapa. Em Azapa visitamos o Museo Arqueológico com informações em português para acompanhar o acervo acerca das culturas que ocuparam esta região do deserto desde os Chinchorros até atuais Aymaras. No anexo do Museo, a visita é imperdível, pode-se admirar várias múmias chinchorros dos mais diferentes períodos da cultura desde adultos até embriões mumificados. Também visitamos em Azapa os geóglifos do Cerro Sombrero e Cerro Sagrado, difíceis de achar, mas mais ainda de entender o porquê de não estarem protegidos pelo patrimônio histórico. Os geóglifos não são bem sinalizados e ficam escondidos dentro de propriedades particulares que plantam tomates e azeitonas com algumas construções encobrindo a visão. Paramos em um local de degustação de azeitonas onde compramos algumas azeitonas pretas recheadas a preços similares aos cobrados no Brasil.
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